What they say...


I.: "Mamã, estou doente..."
"Então filha, o que tens?"
"Eu estou doente porque chorei muito..."~
"Filha, quando se chora muito não é porque se está doente, é porque se está triste..." (pensativa) "Mamã, não, as pessoas quando estão muito tristes estão doentes!"

[Fiquei sem resposta... Acho que ela conseguiu ver mais longe... Mas logo a seguir continuou, igual a ela própria]

"Como eu estou doente,vou ter que ir para uma casa muito grande, com um médico e uma médica que vão ser o meu pai e a minha mãe"

[E a esta altura eu já pensava "o quê??!?"]

"Vou pôr as minhas roupas todas numa mala e vou embora"

[O quê? Mas tu também?... Já não basta o teu irmão?]

Eu: "Está bem, quando chegarmos a casa vou buscar uma mala e pomos a tua roupa lá dentro, e depois a mamã abre a porta e podes sair e ir para onde quiseres!"

[Vamos lá a ver se isto resulta...]

 Ela: "Ah! e não te esqueças de pôr os meus brinquedos na mala!"

[OK, não resulta... Então vamos lá tentar perceber as razões por detrás disto.]

"Filha... então mas tu não gostas desta mamã e deste papá?... porque queres outros?" 

"Porque eles vão deixar-me comer muitos doces, e vão dar-me uma chupeta e eu vou ser o bebé deles!"

[Ah! Já percebi onde queres chegar, filha...]

"Mas tu já sabes que não podes comer doces todos os dias, e... sabes?... Se tu saíres de casa, a mamã vai ficar muito triste... Porque a mamã gosta muito de ti!"

[Silêncio no carro, e de repente...]

J.: "Mamã, não fiques triste! Já sei o que vamos fazer: vamos seguir o rasto dos passos da Inês e vamos encontrá-la!"

[Sempre com boas ideias e soluções para tudo, filho!]

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